
Vocação Sacerdotal, Um Chamado de Deus
A missão de cada sacerdote é clara e precisa: a salvação das almas.
Eu considero que a primeira reflexão deve ser sobre o caráter estritamente sobrenatural do chamado de Deus: foi Ele quem tomou a iniciativa sobre o novo rumo que as vidas dos vocacionados tomarão. Porque não são os vocacionados que escolheram a Cristo, mas sim foi Cristo quem, de uma maneira especial, escolheu-os para que vão por todo o mundo e levem frutos de santificação e de autêntica vivência cristã, e para que todos os frutos permaneçam como um sinal clarividente da intervenção divina (Cf. Jo 15,16). A vocação sacerdotal e consagrada se apresenta por isso como uma eleição providente de Deus, profundamente gratuita, imprevista e desproporcionada a nossos cálculos e possibilidades humanas.
A vocação sacerdotal é o maior presente que Deus pode depositar nas almas.
Do mesmo modo que chamou Pedro, São Tiago, João... e foi-lhes dizendo: 'Vem e segue-me', um dia Cristo fixou seu olhar em um jovem e disse: 'N., N.,N.,... vem, que eu te farei pescador de homens'. Ninguém respondeu ao sacerdócio por ação humana, mas porque o próprio Cristo no interior de suas almas pronunciou seu nome e os convidou a segui-lo. É um convite a grandes coisas: o que é melhor que ser embaixador do próprio Deus?
Cristo tem necessidade de cada um dos sacerdotes, como teve de Pedro, de São Tiago e de São João. Os sacerdotes são as mãos, os pés, os olhos, a mente, o coração de Jesus Cristo; são os canais e os meios pelos quais Ele vai comunicar-se à humanidade.
Que honra! Que doce o peso que Ele coloca sobre ombros de cada sacerdote: é o peso imponderável da Redenção, na qual se contém a felicidade pessoal e eterna de cada homem.
Chamado que respeita a Liberdade
Deus respeita em sua integridade o homem e quando chama uma alma a seu serviço, em seu solene poder, nem a violenta, nem a intoxica, mas, com a paciência e amor que em sua revelação podemos contemplar em Jesus, deixa-a quase andar à deriva ou ao sabor das circunstâncias normais que trazem consigo esses processos e situações, e que em seus altos e baixos mal controlados poderiam inclusive determinar a decisão fundamental da alma e comprometer seu desígnio.
Há muitos jovens que Deus nosso Senhor preparou amorosamente desde toda a eternidade para que sejam sacerdotes; há muitos jovens que Deus chamou para serem sacerdotes; mas nem todos correspondem ao chamado de Deus, porque o chamado de Deus não implica o esmagamento da liberdade da pessoa humana; Deus sempre deixa a liberdade de seguí-lo ou não segui-lo. Cada jovem chamado ao sacerdócio é livre, absolutamente livre; cada um deles pode responder a Deus: sim ou não.
Chamado que exige uma resposta pessoal
Deus chama a cada jovem ao sacerdócio para que ele responda; chama a cada um, como pessoa. E a resposta a Deus é uma resposta pessoal. Nunca posso me escusar na falta de generosidade dos outros para justificar minhas atitudes. No caso de que os demais não viverem o cristianismo, de não se entregaram com entusiasmo ao trabalho apostólico, eu não tenho nenhum motivo para ficar atrás... Já dizia a Bíblia: 'Ainda que caiam dez mil à tua direita e dez mil à tua esquerda, tu segue adiante'.
Chamado que implica Santidade
A missão de cada sacerdote é clara e precisa: a santidade urgente! Temos por vocação que nos esforçar para adquirir a consciência de que hoje e amanhã ensinaremos nossos irmãos como ser santos. Alter Christus (Outro Cristo): glorificador do Pai e salvador de almas.
Vocação sacerdotal
Sobre a vocação e a vida dos presbíteros, eis como se pode visualizar o conteúdo do livro de Dom Rafael Llano Cifuentes – Sacerdotes para o Terceiro Milênio, Ed. Santuário: O sacerdote é chamado à santidade sacerdotal, a viver o celibato como afirmação jubilosa e fecunda, a buscar a maturidade afetiva, a ser livre na pobreza; a viver na humildade e sinceridade aceitando a si mesmo com coerência, autenticidade, transparência e amor humilde; a cultivar a vida de oração, a ter o amor como paixão. Assim será como o Bom Pastor! “O sacerdócio está gravado, de forma indissolúvel, no nosso ser. E parece que grita: “Sacerdos in Aeternum!”.
Podemos ficar desanimados… Nesse momento delicado, temos de descer até nossas raízes mais íntimas e encontrar força no chamado divino pessoal: “O Senhor escolheu a mim, pessoalmente, antes da constituição do mundo. Sou sacerdote para sempre!… Maria Santíssima trouxe para a Terra o Filho de Deus uma vez na história. Eu, com a força da minha palavra sacerdotal, posso trazê-Lo todos os dias na Santa Missa…” (pg. 14-15). “Como é bom perceber o amor e dedicação dos nossos padres nas comunidades e paróquias! Rezemos para que eles possam com amor seguir a Jesus Cristo nessa vocação”, escreve uma religiosa que atua em nossa Diocese.
No Ano Sacerdotal proposto pelo Santo Padre, é importante o lema: “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Sacerdote”. “Deixar-se conquistar totalmente por Cristo! Este foi o objetivo de toda a vida de São Paulo; esta foi a meta de todo o ministério do Santo Cura de A’rs, a quem invocaremos particularmente durante o Ano Sacerdotal” (Bento XVI, Homilia de Abertura do Ano Sacerdotal).